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Regras de imigração francesas serão revistas enquanto a extrema direita transforma assassinatos em armas

“Se tivermos que mudar as regras, vamos mudá-las”, diz o ministro conservador do Interior, Bruno Retailleau.

O ministro do Interior da França sinalizou que pressionará por políticas de imigração mais rígidas, enquanto a extrema direita tenta usar um assassinato horrível para pressionar o governo.

Ao abordar a prisão de um marroquino pelo assassinato de uma estudante de 19 anos, Bruno Retailleau disse na quarta-feira que o “crime abominável” exigia não apenas retórica, mas ação, como exigiram os partidos de extrema direita ao comentar o caso.

“Cabe a nós, como líderes públicos, recusar aceitar o inevitável e desenvolver nosso arsenal legal, para proteger os franceses”, disse Retailleau. “Se tivermos que mudar as regras, vamos mudá-las.”

A retórica linha-dura sobre migração não é nova para Retailleau, um membro do partido conservador Republicano que já defendeu regras de imigração mais rígidas e deportações mais rápidas.

O ministro do Interior francês cessante, Gerald Darmanin, é aplaudido pelo recém-nomeado Bruno Retailleau durante uma cerimônia de transferência em Paris, 23 de setembro [Stephanie Lecocq/Reuters]

A sugestão está alinhada às demandas do partido de extrema direita União Nacional (RN), que ameaçou derrubar a frágil coalizão governamental da França se suas preocupações com a imigração não forem abordadas.

“É hora de este governo agir: nossos compatriotas estão furiosos e não se contentarão apenas com palavras”, disse o chefe da RN, Jordan Bardella, sobre o assassinato da estudante, identificada apenas pelo primeiro nome, Philippine.

A parlamentar do Partido Verde Sandrine Rousseau reagiu à retórica anti-imigrante, alertando que a extrema direita estava usando o caso de assassinato para “espalhar seu ódio racista”.

Deportação malfeita

O suspeito não identificado do assassinato foi identificado como um homem marroquino de 22 anos.

Ele foi preso na terça-feira no cantão suíço de Genebra, de acordo com a agência de notícias AFP.

Segundo os promotores, o suspeito foi condenado em 2021 por um estupro cometido em 2019, quando ele era menor de idade.

O suspeito deveria ser deportado da França após cumprir pena de prisão pelo crime, informou o jornal Le Monde.

Ele foi enviado em 20 de junho para um centro de detenção para migrantes sem documentos, enquanto aguardava sua remoção.

No entanto, um juiz o libertou em 3 de setembro, observando que o processo de deportação enfrentava atrasos administrativos, sob a condição de que ele se apresentasse regularmente à polícia.

Três dias depois, a papelada para deportá-lo foi concluída, mas o homem havia desaparecido, disseram.

A França emite ordens de deportação rotineiramente, mas apenas cerca de 7% delas são executadas, em comparação com 30% em toda a União Europeia.

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