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A imunidade inata envolve bactérias

Ilustração de como as proteínas GBP1 (azul e roxa) se ligam à membrana de uma bactéria (amarelo), ampliado a partir de uma imagem obtida com um microscópio eletrônico.

A proteína GBP1 é um componente vital da defesa natural do nosso corpo contra patógenos. Esta substância luta contra bactérias e parasitas, envolvendo-os numa capa de proteína, mas a forma como a substância consegue fazer isto permanece desconhecida até agora. Pesquisadores da Universidade de Tecnologia de Delft descobriram agora como essa proteína funciona. Este novo conhecimento, publicado em Biologia Estrutural e Molecular da Natureza poderia ajudar no desenvolvimento de medicamentos e terapias para indivíduos com sistema imunológico enfraquecido.

As chamadas Proteínas de Ligação ao Guanilato (GBPs) desempenham um papel crucial no nosso sistema imunológico inato, explica o biofísico Arjen Jakobi: -As GBPs formam a primeira linha de defesa contra várias doenças infecciosas causadas por bactérias e parasitas. Exemplos de tais doenças incluem disenteria, febre tifóide causada pela bactéria Salmonella e tuberculose. A proteína também desempenha um papel significativo na infecção sexualmente transmissível clamídia, bem como na toxoplasmose, que é particularmente perigosa durante a gravidez e para os fetos.-

Revestir bactérias

Na sua publicação, Jakobi e os seus colegas descrevem pela primeira vez como o sistema imunitário inato luta contra bactérias utilizando proteínas GBP1. -A proteína envolve as bactérias formando uma espécie de camada em torno delas,- explica Tanja Kuhm, doutoranda no grupo de pesquisa de Jakobi e principal autora do artigo. -Ao apertar mais este casaco, ele quebra a membrana da bactéria – a camada protetora que envolve o intruso – após a qual as células do sistema imunológico podem eliminar a infecção.-

Decifrando a estratégia de defesa

Para decodificar a estratégia de defesa das GBPs, os pesquisadores examinaram como as proteínas GBP1 se ligam às membranas bacterianas usando um microscópio eletrônico criogênico. Isso lhes permitiu ver o processo detalhadamente até a escala das moléculas. Jakobi: -Conseguimos obter uma imagem tridimensional detalhada de como se forma a capa protéica. Juntamente com experimentos biofísicos conduzidos pelo grupo de pesquisa Sander Tans do instituto de pesquisa AMOLF, que nos permitiram manipular o sistema com precisão, conseguimos decifrar o mecanismo da função antibacteriana.-

Medicamentos

Segundo Jakobi, essa pesquisa nos ajuda a entender melhor como nosso corpo é capaz de combater infecções bacterianas. -Se conseguirmos entender isso bem, e pudermos ativar ou desativar especificamente as proteínas envolvidas por meio de medicamentos, isso poderá oferecer oportunidades para acelerar a eliminação de certas infecções.-

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