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Ex-chefe da Volkswagen enfrenta julgamento por papel no 'Dieselgate'

Martin Winterkorn no tribunal nove anos após a gigante automobilística alemã admitir ter fraudado testes de emissões.

Após vários atrasos, o julgamento criminal do ex-CEO da Volkswagen, Martin Winterkorn, por seu papel no escândalo “dieselgate” foi aberto na Alemanha.

O julgamento começou na terça-feira, nove anos após a gigante automobilística alemã admitir ter fraudado testes de emissões, desencadeando o caos global na indústria. Winterkorn, acusado de conspiração para cometer fraude, pode pegar até 10 anos de prisão.

A Volkswagen disse em 2015 que havia instalado software para fraudar leituras de níveis de emissões em todo o mundo. O caso contra o ex-CEO se refere a cerca de nove milhões de veículos vendidos na Europa e nos Estados Unidos, cujos compradores enfrentaram perdas financeiras de centenas de milhões de euros, disse o tribunal regional da cidade de Braunschweig.

Winterkorn renunciou ao cargo de chefe do grupo VW – cujas marcas vão de Porsche e Audi a Skoda e Seat – logo após o início da crise.

O homem de 77 anos deveria ser julgado em 2021 junto com outros quatro executivos da VW, mas os procedimentos contra ele foram separados e adiados devido a sua saúde debilitada.

No entanto, o tribunal de Braunschweig anunciou no início deste ano que o processo contra ele finalmente começaria neste mês.

Desde então, surgiram novas preocupações sobre sua saúde, com relatos dizendo que ele teve que passar por uma operação em meados de junho, e agora há novas dúvidas sobre se ele conseguirá suportar o longo julgamento.

Cerca de 89 audiências foram agendadas até setembro de 2025.

Falso testemunho, manipulação de mercado

Winterkorn também foi acusado de dar falso testemunho a um comitê parlamentar alemão em 2017, quando investigava o escândalo. Ele disse que sabia da existência dos dispositivos de manipulação apenas em setembro de 2015, mas os promotores alegam que foi antes.

Winterkorn ainda enfrenta uma acusação de manipulação de mercado. Ele é acusado de ter “deliberadamente falhado em informar o mercado de capitais em tempo hábil” após descobrir sobre o software de manipulação de emissões em violação às regulamentações do mercado de ações alemão.

Winterkorn já havia fechado um acordo com a Volkswagen em 2021, segundo o qual pagaria à empresa 11 milhões de euros (US$ 12 milhões) em relação à controvérsia.

Antes do julgamento, a Volkswagen informou que não era parte do processo, embora tenha dito que iria monitorá-lo.

O ex-executivo de mais alto escalão a ser condenado até agora no escândalo é o ex-CEO da Audi, Rupert Stadler. Em junho do ano passado, ele recebeu uma pena suspensa e uma multa como parte de um acordo em troca de admitir fraude por negligência.

A fraude já custou à VW cerca de 30 bilhões de euros (US$ 33 bilhões) em multas, custos legais e indenizações a proprietários de automóveis, principalmente nos EUA.

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