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Hezbollah: O grupo apoiado pelo Irã que já entrou em guerra com Israel por um mês

O chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, raramente aparece em público.

O Hezbollah, que troca tiros com forças israelenses desde outubro, entrou em guerra com Israel pela última vez em 2006 e, desde então, expandiu sua influência doméstica e regional, política e militarmente.

Financiado e armado pelo Irã, o Hezbollah é o ator mais proeminente no chamado eixo de resistência — grupos armados regionais pró-Teerã que se opõem a Israel e que também incluem o grupo palestino Hamas, movimentos iraquianos e os rebeldes huthis do Iêmen.

Desde o dia seguinte ao ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro, que desencadeou a guerra na Faixa de Gaza, o Hezbollah lançou ataques transfronteiriços a partir do Líbano, buscando bloquear recursos militares israelenses em apoio ao seu aliado palestino.

Os temores de uma guerra total aumentaram depois que o Hezbollah prometeu vingar um ataque israelense nos subúrbios ao sul de Beirute no mês passado, que matou um comandante importante, Fuad Shukr, e o Irã prometeu retaliação pelo assassinato em Teerã, atribuído a Israel, do chefe político do Hamas, Ismail Haniyeh.

Guerra Hezbollah-Israel

O Hezbollah, cujo nome significa “Partido de Deus” em árabe, foi fundado durante a guerra civil libanesa depois que Israel sitiou a capital Beirute em 1982, e desde então se tornou um importante ator político doméstico.

Criado por iniciativa da Guarda Revolucionária do Irã, o movimento muçulmano xiita ganhou o apelido de “Resistência” ao lutar contra as tropas israelenses que ocuparam o sul do Líbano até 2000.

Israel e o Hezbollah travaram uma guerra de um mês entre julho e agosto de 2006 que matou cerca de 1.200 pessoas no Líbano, a maioria civis, e 160 em Israel, a maioria soldados, depois que o grupo sequestrou dois soldados israelenses em um ataque na fronteira.

A Resolução 1701 do Conselho de Segurança das Nações Unidas encerrou o conflito e exigiu que o exército libanês e as forças de paz das Nações Unidas fossem as únicas forças armadas destacadas no sul do Líbano.

Mas o Hezbollah mantém uma presença discreta lá, onde desfruta de amplo apoio e onde especialistas dizem que provavelmente possui uma rede de túneis subterrâneos.

Em 16 de agosto, o grupo divulgou um vídeo mostrando o que pareciam ser túneis subterrâneos e grandes lançadores de mísseis, sem revelar sua localização.

O grupo também tem uma forte presença no vale de Bekaa, no leste do Líbano, perto da fronteira com a Síria.

O Hezbollah reforçou seu poderoso arsenal, inclusive com mísseis guiados, e diz que pode contar com mais de 100.000 combatentes.

O chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, foi eleito secretário-geral em 1992, depois que Israel assassinou seu antecessor, e ele raramente aparece em público.

Influência regional do Hezbollah

O Hezbollah é um ator-chave no Oriente Médio, onde desempenha um papel central no “eixo da resistência”. Ele apoiou e treinou grupos apoiados pelo Irã no Iraque e rebeldes huthis no Iêmen, que desde outubro reivindicam ataques a Israel e interesses de navegação ligados a Israel.

O Hezbollah também está presente na Síria, onde muitos de seus membros lutaram em apoio ao presidente Bashar al-Assad na guerra civil de seu país, sendo Damasco também aliada de Teerã.

Internamente, o Hezbollah é a única facção libanesa que manteve suas armas após o conflito civil do país entre 1975 e 1990, fazendo isso em nome da “resistência” contra Israel.

Agora é um ator político importante, embora seus detratores o acusem de ser um “estado dentro de um estado”.

O impasse político entre os aliados do Hezbollah e seus adversários desde o final de 2022 impediu a eleição de um novo presidente, em um país que passa por uma crise econômica devastadora.

Serviços do Hezbollah

Fundado no Vale do Bekaa, no Líbano, o Hezbollah se tornou predominante em todas as áreas muçulmanas xiitas do Líbano, enquanto suas principais instituições religiosas e financeiras estão sediadas nos subúrbios ao sul de Beirute.

O movimento administra uma extensa rede de serviços sociais, com escolas, hospitais, equipes de emergência e uma ampla gama de organizações de caridade que atendem seus apoiadores.

Suas bandeiras amarelas características e enormes retratos de Nasrallah, juntamente com fotos de comandantes mortos, combatentes e figuras do “eixo de resistência”, adornam áreas do país onde o movimento é popular.

Os Estados Unidos consideram o Hezbollah uma organização “terrorista” há anos, culpando-o por uma série de atentados e sequestros na década de 1980, incluindo um que teve como alvo fuzileiros navais dos EUA em Beirute. A União Europeia aplica a classificação ao braço armado do grupo.

Em 2022, um tribunal apoiado pela ONU condenou dois membros do Hezbollah à revelia à prisão perpétua por um grande atentado a bomba em Beirute em 2005 que matou o ex-primeiro-ministro libanês Rafic Hariri.

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