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Oposição venezuelana se reúne em Caracas um mês após votação contestada

A líder da oposição Maria Corina Machado diz que o presidente Nicolás Maduro está se tornando “mais isolado” após a eleição.

Opositores do presidente venezuelano Nicolás Maduro foram às ruas para tentar reavivar os protestos contra ele, enquanto ele reforça seu controle sobre o poder após a eleição contestada do mês passado.

A manifestação na capital, Caracas, na quarta-feira ocorreu um mês após a tensa votação de 28 de julho, na qual Maduro foi declarado vencedor, apesar dos protestos do candidato da oposição Edmundo Gonzalez e da condenação internacional de que a votação não foi transparente.

O protesto de quarta-feira foi menor do que as manifestações anteriores. Grupos de venezuelanos também se reuniram em outras capitais latino-americanas.

A líder da oposição Maria Corina Machado, que junto com Gonzalez se escondeu após a eleição, reapareceu para comparecer ao comício de quarta-feira, acenando uma bandeira venezuelana e abraçando crianças pequenas na traseira de um caminhão enquanto os apoiadores gritavam “Liberdade”.

Proibido de concorrer contra Maduro, o político conservador viajou pelo país durante semanas para ajudar a eleger Gonzalez, um ex-diplomata até então pouco conhecido.

Reconhecendo o grande desafio de tirar Maduro do poder, Machado disse que o movimento que ela lidera será estratégico sobre convocar mais manifestações. Mas ela disse que a pressão internacional sobre Maduro dificilmente cessará tão cedo.

“Aqueles que dizem que a passagem do tempo favorece Maduro estão errados”, disse Machado a multidões de apoiadores que lotaram uma avenida em Caracas. “A cada dia, ele está mais isolado, mais tóxico.”

A figura da oposição Biaggio Pilieri foi presa após o protesto de quarta-feira, informou a agência de notícias Reuters.

Em semanas de manifestações, o grito de guerra da oposição tem sido constante, mas até agora ineficaz em remover Maduro do poder. Os oponentes têm exigido que as autoridades publiquem os resultados de cada seção eleitoral que, segundo eles, exporiam as tentativas de Maduro de roubar a eleição.

“Registros de votação matam sentença”, foi como a oposição chamou o último protesto, referindo-se às milhares de folhas de contagem coletadas e publicadas online que contradizem uma sentença recente escrita pela Suprema Corte leal certificando a suposta vitória de Maduro.

Os apoiadores de Maduro também planejam realizar seus próprios comícios na quarta-feira, prometendo “defender” sua vitória contra o que eles alegam ser uma tentativa de semear agitação em todo o país sul-americano.

Reportando da vizinha Colômbia, Alessandro Rampietti, da Al Jazeera, disse que se tornou “cada vez mais difícil” para a oposição venezuelana organizar grandes manifestações devido à repressão e à campanha de prisões contra ativistas pelo governo.

“A sensação é de que a esperança de uma grande mobilização popular contra o regime de Maduro pode estar desaparecendo lentamente”, disse Rampietti.

De acordo com o grupo de direitos humanos Foro Penal, aproximadamente 1.780 pessoas estão detidas como presos políticos na Venezuela.

Madura desafiou os apelos internacionais – inclusive de líderes de esquerda na América do Sul – para divulgar as contagens de votos ou realizar uma nova eleição.

Em vez disso, ele reorganizou seu gabinete no início desta semana, promovendo pessoas leais a ele para cargos importantes no governo.

Maduro chegou ao poder após a morte do líder de esquerda Hugo Chávez em 2013. Seu mandato foi marcado por crises econômicas e políticas, além de acusações de autoritarismo.

Em 2019, os Estados Unidos e vários de seus aliados no Hemisfério Ocidental reconheceram o líder da oposição Juan Guaidó como o presidente legítimo da Venezuela.

No mesmo ano, Washington ampliou as sanções abrangentes contra Caracas, aprofundando os problemas econômicos da Venezuela, o que levou milhões de pessoas a deixar o país.

As eleições do mês passado ofereceram à oposição a esperança de derrubar Maduro pacificamente, mas o titular foi rápido em declarar vitória, alegando que ganhou 51 por cento dos votos. As autoridades eleitorais do país ficaram do lado de Maduro.

Mas a oposição divulgou suas próprias contagens, dizendo que Gonzalez venceu por uma grande margem.

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