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Por que Scott Bakula odiou a contagem de 26 episódios de Star Trek: Enterprise

“Star Trek: Enterprise” não tem a melhor reputação. Uma prequela ambientada no século 22, “Enterprise” aconteceu antes da fundação da Federação e quando a humanidade estava apenas começando a viajar para onde nenhum (humano) homem havia ido antes. O consenso geral é que não fez o suficiente para se destacar dos programas anteriores de “Star Trek”, apesar de seu cenário supostamente diferente, e fez a franquia parecer que estava sem força.

“Enterprise” acabou sendo a primeira série “Star Trek” desde a original a não ter sete temporadas; a quarta temporada, que foi ao ar de 2004 a 2005, foi a última produzida. O show melhorou conforme avançava; a quarta temporada (showrun pelo falecido Manny Cato) é frequentemente francamente ótimo. Infelizmente, era tarde demais para uma quinta temporada que pudesse manter esse ritmo.

Scott Bakula, que estrelou como Capitão Jonathan Archer, tem algumas teorias sobre o porquê de o show ter começado com o pé errado e, finalmente, não ter conseguido decolar. Por um lado, Bakula sente que a série foi injustamente sobrecarregada em sustentar a decadente United Paramount Network (UPN). A “Enterprise” precisava ter sucesso para que a rede tivesse sucesso e havia algumas amarras criativas em jogo (como nenhum ator de “Enterprise” sendo autorizado a dirigir episódios).

Bakula compartilhou mais alguns insights no especial de reunião de 2012 “In Conversation — The First Crew”. Uma de suas críticas? Episódios demais de uma vez.

Enterprise foi o ápice de muito Star Trek

Bakula, discutindo “Enterprise” com seus antigos colegas de elenco e o cocriador Brannon Braga, entrou em alguns dos problemas que o show enfrentou. Algo que ele rejeitou desde o começo, ele disse, foi fazer 26 episódios por temporada. “26 episódios por ano é estúpido […] Eu disse, o que diabos foi isso? Era como, você tem muito produto, você não tem espaço para arejá-lo, e [the cast is] esgotado.”

O esgotamento foi sentido também no lado da escrita, segundo Braga. “Fica difícil fazer 26 episódios que explorem totalmente o potencial do show […] no meio da segunda temporada, era como vamos parar ou vamos fazer algo radical”, ele lembrou. Bakula também apontou a segunda temporada de “Enterprise” como a temporada crucial, lembrando de Braga chamando-o ao seu escritório para discutir como o show precisava de alguma inovação.

A inovação foi estruturar a terceira temporada em torno de uma história abrangente. Depois que alienígenas enigmáticos conhecidos como Xindi atacam a Terra, a Enterprise parte para investigar. Essa estrutura ainda permitia episódios independentes ao longo da temporada, no entanto, à la arco da Guerra do Domínio de “Deep Space Nine” e a estrutura típica da temporada da vizinha da UPN, “Buffy, a Caça-Vampiros”.

“A terceira temporada foi a primeira vez que eu estava realmente gostando de escrever cada episódio, e acho que isso ficou evidente”, lembrou Braga. Bakula também conseguiu seu desejo: a terceira temporada foi cortada para 24 episódios e então a quarta temporada foi cortada para 22. Oh, a ironia, as melhores temporadas de “Enterprise” também são as mais curtas.

A Enterprise herdou seus problemas de Star Trek: Voyager

Bakula tem outro problema com a forma como “Enterprise” foi lançado. Quando estreou em setembro de 2001, “Star Trek: Voyager” tinha acabado apenas alguns meses antes, em maio. Isso também contribuiu para uma sensação de inchaço de “Star Trek”. Para citar Bakula diretamente:

“Não deveríamos ter chegado logo após a 'Voyager'. Essa era a outra coisa. Em um mundo perfeito. Mas eu sei como era o mundo, o mundo era, 'Temos que lançar a UPN, temos que segurar a UPN'. Mas em um mundo perfeito, se pudéssemos ter esperado e deixado a fumaça baixar.”

Desde a estreia de “Star Trek: The Next Generation” em 1987, houve continuamente um programa “Star Trek” exibindo novos episódios. (Sem contar as pausas de temporada, é claro.) As duas últimas temporadas de “Next Generation” se sobrepuseram a “Deep Space Nine”, então “Voyager” foi lançada durante a terceira temporada de “DS9”. Já havia um sentimento quando “Enterprise” estreou que “Star Trek” havia batido em uma parede. “Voyager” também recebeu muitas das críticas que “Enterprise” recebeu, de que não fez o suficiente para se destacar de outros programas “Star Trek”.

Ronald D. Moore, um prolífico escritor de “Trek”, abandonou “Voyager” e canalizou suas frustrações com a rotina da série para “Battlestar Galactica”. Segundo Braga, seu parceiro de produção Rick Berman até lutou sem sucesso contra o lançamento de “Enterprise” tão logo após “Voyager”. “O [golden] O ganso já estava mancando”, como disse Braga.

“Estávamos escrevendo esse tipo de pequenos episódios que eu sinto que poderiam ter sido em qualquer uma das outras quatro franquias”, disse Bakula, comentando sobre a primeira temporada e meia de “Enterprise”. Isso ecoa uma crítica que li em muitos fóruns. Essa escrita sem inspiração sendo produzida em excesso colocou “Enterprise” fadada ao fracasso desde o começo. Nem mesmo as “incríveis” últimas duas temporadas (para ecoar a palavra que Bakula usou) conseguiram salvar o show.

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