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Starliner da Boeing retorna à Terra – deixando tripulação para trás

Os astronautas Butch Wilmore e Suni Williams permanecerão na Estação Espacial Internacional até fevereiro de 2025.

A nave espacial Starliner da Boeing pousou no Novo México, encerrando uma missão de teste de três meses que enfrentou problemas técnicos e a forçou a deixar os dois astronautas que transportava temporariamente presos no espaço.

A espaçonave pousou no White Sands Space Harbor, no deserto do Novo México, às 04:01 GMT no sábado. Os dois membros da tripulação que ela havia levado ao espaço – Butch Wilmore e Suni Williams – permaneceram na Estação Espacial Internacional (ISS) devido a preocupações com a segurança da nave.

Espera-se que eles retornem à Terra em fevereiro.

A viagem de seis horas da Starliner até a Terra concluiu aparentemente sem problemas, mostrou uma transmissão ao vivo da NASA, cumprindo a fase final crítica de sua missão, apesar dos problemas anteriores com seus propulsores.

A nave espacial reentrou na atmosfera da Terra por volta das 23h de sexta-feira (03h00 GMT no sábado). Cerca de 45 minutos depois, ela abriu uma série de paraquedas para desacelerar sua descida e inflou um conjunto de airbags momentos antes de pousar no espaçoporto do Novo México às 00h01 (04h01 GMT).

A Starliner se afasta da Estação Espacial Internacional para seu retorno não tripulado à Terra, em 6 de setembro [NASA/AFP]

'Desmoralizante'

A missão foi planejada para ser um voo de teste final antes que a agência espacial dos EUA, NASA, certificasse a Starliner para missões de rotina. No entanto, a decisão da agência de manter os astronautas fora da cápsula por questões de segurança lançou o caminho de certificação da nave em incerteza, apesar do retorno limpo executado pela Boeing.

Wilmore e Williams, cuja missão foi inicialmente planejada para durar apenas oito dias, devem retornar à Terra em um veículo da rival da Boeing, a SpaceX, de propriedade de Elon Musk, em fevereiro de 2025.

“Deve ser desmoralizante, de certa forma, quando você espera ficar lá em cima por oito dias e, de repente, sua missão se transforma em oito meses”, disse Tanya Harrison, pesquisadora do Instituto do Espaço Exterior da Universidade da Colúmbia Britânica, à Al Jazeera.

“Ao mesmo tempo, esta é uma equipe altamente treinada que sabe que coisas assim podem acontecer… eles são treinados, estão prontos”, disse ela.

Durante a ascensão da Starliner ao espaço em junho, com Wilmore e Williams a bordo, cinco dos 28 propulsores de manobra da nave falharam. O mesmo sistema de propulsão também apresentou vários vazamentos de hélio, que é usado para pressurizar os propulsores.

As avarias desencadearam uma investigação intensiva pela Boeing – com alguma ajuda da NASA – que custou à empresa US$ 125 milhões.

Com sua reputação já abalada por preocupações de segurança afetando seus jatos de passageiros, a Boeing garantiu que poderia ser confiável para trazer os astronautas para casa. Mas essa avaliação não é compartilhada pela NASA.

“A Boeing acreditava no modelo que eles criaram, que tentava prever a degradação do propulsor durante o resto do voo”, disse Steve Stich, gerente do programa Commercial Crew Programme da NASA.

Mas “a equipe da NASA, devido à incerteza na modelagem, não conseguiu se sentir confortável com isso”, acrescentou, caracterizando o clima durante as reuniões como “tenso”.

Avarias repetidas

Os problemas técnicos não são os primeiros a afetar a Starliner durante viagens de teste, uma das quais falhou em 2019. Embora sua missão de repetição em 2022 tenha sido bem-sucedida, alguns de seus propulsores também apresentaram mau funcionamento.

Os problemas da gigante aeroespacial com a Starliner colocaram em risco seu status no espaço, um domínio que ela dominou por décadas até que a SpaceX começou a oferecer lançamentos mais baratos para satélites e astronautas e reformulou a maneira como a NASA trabalha com empresas privadas.

A Boeing recuperará a cápsula Starliner após seu pouso e continuará sua investigação sobre o motivo da falha dos propulsores no espaço.

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