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Ucrânia vota para se juntar ao TPI enquanto busca levar a Rússia à justiça

A participação no tribunal, que julga crimes contra a humanidade, também promove as aspirações da Ucrânia em relação à UE.

O parlamento da Ucrânia votou para aderir ao Tribunal Penal Internacional (TPI), com políticos anunciando a medida como um meio de permitir que o país “puna” suspeitos de crimes de guerra russos.

O Parlamento votou na quarta-feira para ratificar o Estatuto de Roma, que abre caminho para a plena adesão ao TPI, com 281 votos a favor da medida, de acordo com o parlamentar Yaroslav Zhelezniak, postando no Telegram.

Um político no órgão de 450 membros votou contra a ratificação, informou o The Kyiv Independent.

O TPI processa crimes graves como genocídio e crimes contra a humanidade, e tem o poder de emitir mandados de prisão que seus 124 membros são obrigados a executar.

No ano passado, o tribunal emitiu mandados de prisão para o presidente russo Vladimir Putin e sua ombudsman das crianças, Maria Lvova-Belova, pela deportação de crianças ucranianas para a Rússia e territórios controlados pela Rússia.

O tribunal de Haia emitiu mandados em junho para o ex-ministro da Defesa Sergei Shoigu e o general Valery Gerasimov, acusando-os de crimes de guerra e crimes contra a humanidade.

“A Ucrânia já trabalhou efetivamente com o TPI para garantir a responsabilização abrangente por todas as atrocidades russas cometidas durante a agressão russa”, escreveu o Ministro das Relações Exteriores ucraniano, Dmytro Kuleba, no X.

“Este trabalho será agora ainda mais eficaz.”

Aspirações da UE

A filiação plena ao TPI também avança a aspiração da Ucrânia de eventualmente se juntar à União Europeia. Todos os estados-membros da UE são signatários e o bloco tem sido um dos mais fortes apoiadores do tribunal.

A Ucrânia assinou o Estatuto de Roma que fundou o tribunal em 2000, mas não o ratificou, pois algumas figuras políticas e militares expressaram temores de que os soldados ucranianos pudessem ser processados.

Em junho, a conselheira presidencial sênior Iryna Mudra descreveu as tentativas de atrasar o processo de ratificação como uma “campanha de desinformação”, sugerindo falsamente que as tropas ucranianas seriam mais vulneráveis ​​a processos judiciais.

Em uma entrevista, ela descreveu a candidatura de Kiev para a filiação ao ICC como “uma longa jornada cheia de desafios, mitos e medos. Nenhum deles foi verdade”.

Zhelezniak disse que os deputados receberam cartas de apoio do Estado-Maior da Ucrânia e do chefe da inteligência militar de Kiev antes da votação.

A ratificação incluiu, de forma controversa, uma referência ao Artigo 124 do Estatuto de Roma, que isentaria cidadãos ucranianos de serem processados ​​por crimes de guerra por sete anos, disse a política do partido governista Yevheniia Kravchuk no Facebook.

“A ratificação do Estatuto de Roma facilitará simultaneamente maiores oportunidades de punir os russos e aumentará o isolamento da Rússia”, disse ela.

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